quarta-feira, 20 de maio de 2009

Draw me a line

Há uma linha no chão. Um limite, uma fronteira invisível e imaginária, mas real. Passa-la e voas. Passa-la, a gravidade desaparece, uma mão desce do céu e leva-te a passear. A voar! - Diz um de nós.
Há um amuleto pendurado em cada porta e em cada janela. Nenhuma mão pode entrar e levar-te a passear, a voar!, tens que ser tu, consciente e decidido, a passar a linha - Diz outro.
Há todo um vasto conjunto de inumeráveis e elaboradas regras, duas, que regulam tudo isto de forma estrita. Existe a linha. Só tu a podes atravessar e se fores empurrado a mão põe-te de volta para cá da fronteira - Comenta um terceiro.
Não vejo a linha mas sei que ela existe. Sei-o porque me dizem e eu acredito sempre no que eles me dizem.
Há dias em que a trela não chega à linha por isso ficamos apenas a comentá-la, a tentar observá-la, imaginando como será depois de a atravessar. Olhamos para o limite, para a fronteira invisível e imaginária, corremos até ela, mas a corrente estica. E sufocamos. Esticamos a corrente e sufocamos, sufocamos com o esforço de a tentar atravessar, mas esticamos à mesma e esticamos até ficarmos tontos e nos faltar o oxigénio. E voltamos para trás, para afrouxar a coleira, recuperar folgo e voltar a tentar.
Um dia destes roo a corrente e passo a linha, aí, veremos como é voar no espaço, como é passear com uma mão dada no pescoço e simplesmente pairar.
Já falta pouco para o verão.

1 comentário:

littlegirl disse...

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