sexta-feira, 31 de julho de 2009

Fora! - sopra o vento. Fora daqui!

Parei o cronómetro antes do tempo. Infelizmente deixo finalmente de contar o tempo que, embora não estivesse eu a contá-lo, estava a contar. Esquecido.
Olho para trás para o tempo que passou e por tudo o que trouxe, a uma velocidade sempre inconstante como sempre é a de um vento de mudança, estonteante que continua a soprar forte, mais desordenado do que antes, continuando a soprar por nós sem nos apercebermos, derrubando-me e provocando-nos e testando a nossa paciência a cada queda, e a cada empurrão deixando-me um pouco mais do que apenas despenteado...
Olho para o tempo que parei questionando o que vejo marcado. Ponho em dúvida a amostra reduzida de tempo passado que se me apresenta e penso inevitavelmente nas palavras do ansião: “Com o tempo irás desfrutar de outros momentos inesquecíveis. A alegria (...) deve ser intuída apenas como o sinal de que a vida é capaz de nos proporcionar momentos inesquecíveis”.
Constantemente, respondem cá em cima.
Hoje parei o cronómetro anual. De Férias! a “férias”. Com o medo do já inevitável e habitual aperto no coração. Com medo da angústia e do tempo mas sem medo de o contar porque nunca o medo soube tão bem. E a angústia tão mal. A confusão (ainda) impera por isso quero mudar tudo mas também não quero mudar nada e como pelos vistos não sou eu a mandar, venha o mar para afogar a confusão e o medo e venha o sol para os matar de sede.
Desta vez só procuramos uma coisa e uma coisa só: Paz! Corajosa e ordenada paz.
Vou de férias sem caderno e sem caneta mas com uma garrafa de gin na mão direita que sofre de angústia, treme de medo e que já não me obedece de tão confusa, e uma arma na mão esquerda que acumula cargos e faz de mão direita. Levo uma corda no pescoço ao pendurão e uma t-shirt a dizer “estou perdido, não me sigas”.

Até breve?

terça-feira, 28 de julho de 2009

Oh my Suite Sweet Praia!

(onde estás?)
Ai as horas!
Tu já me viste as horas que são!?
É que tenho um búzio de um mar parado nos ouvidos a chatear-me os miolos.
Está uma pulga da areia que tem a força de um gigante na minha cama e faz questão de me estar sempre a empurrar.
Esta almofada é de estrelas do mar de quatro tentáculos que se queixam e gritam de dores enquanto lentamente cresce o quinto.
Os peixes agitam as águas do meu colchão sem qualquer intenção de me embalar.
Existem caranguejos a fazer sapateado no chão de madeira enquanto animadas conchas assistem no parapeito da janela.
Uma gaivota pousou na minha térrinha de cabeceira para propositadamente não me deixar adormecer: à à à à!
Já diz o povo, “gaivotas em térrinha de cabeceira, sinal de tempestade”.
‘Pera ‘pera! Estou a ver um peixe pestana! Vou pedir para me picar...

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Miragem


Se não há amor cá dentro, não há amor cá fora, disse-lhe. E caminhámos por tudo sem nada, sem futuro.
Mãos com mãos cheirando sonhos, a cidade gritava e nós cantávamos: é necessário gostar e é isso que vou fazer para salvar a minha ternura e o azul do mar.
Não há liberdade aos Sábados à noite, só houve liberdade ontem por isso dancemos à volta do cemitério do encanto.
Mãos com mãos cheirando sonhos, a cidade gritava e nós cantávamos: é necessário acreditar no que não importa, acordar em êxtase e chorar algumas noites.
A vida da selva é completamente absurda se não temos uma noiva, enfrentando tempestades e cobras e sonhos maus pela noite. Preciso de me enganar novamente! Não há descanso para nós, não há sono, não há confiança, não há um ombro na maré. Bebemos, dançamos, fumamos e morremos de uma apoplexia.
Mãos com mãos vivendo a vapor, a cidade gritava e nós cantávamos: somos diariamente enganados por miragens, mas é sonhar mais que dá coragem...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

It's a jungle outhere – Aluga-se caçadeira

Após reflexão ponderada, de uma forma sucinta e organizada, com alguma calma e um grande esforço de vontade de empenho intelectual, que cada vez mais nos abandona, gostávamos de escrever sobre o que não compreendemos. Gostávamos de o pensar e escrever, para assim, à medida que o fossemos escrevendo, o conseguíssemos compreender.
O que se passa à nossa volta?
Que vemos e ouvimos nós?
Não vemos mais pessoas, vemos bichos! Mas no mau sentido. Vemos e ouvimos mais animais e menos pessoas. Animais que se preocupam apenas com os próprios, bestas preguiçosas, que já nem reis da manada ambicionam ser, ambição essa que, embora amiga da comodidade e egoísta à primeira instância, pelo menos seria-o de uma forma (pseudo) altruísta. Mas não. Apenas desejam ser aqueles que meramente se vão alimentando na selva ou na savana sem se preocuparam com mais nada senão eles próprios (excepto se for para comer).
Teremos nós estado tanto tempo fora? Tanto tempo de olhos tapados e despreocupados para só agora nos apercebermos de toda esta envolvência animalesca?
Nem conseguimos perceber porque razão nos afecta, mas felizmente há colónias de refugiados. Há pelo menos uma que nós conhecemos e, para mim, chega. É suficiente. Temos pena é dos outros.
Mas quem somos nós para ter tamanha pretensão arrogante de nos julgarmos seja o que for, ou, pior ainda, ter pena de alguém. Porque razão hei-de ser eu o que está certo. Não me interessa a mim nem a eles. Deixou de nos interessar porque o assunto não está mais aberto a discussão.
Admitimos! Não temos razão. Por isso, vamos nós viver com outra manada, para outra colónia, para um outro qualquer oásis no meio de uma outra selva qualquer, para outra savana, para outro lado, ou até no mesmo lado mas no nosso canto (que não é um lado, mas é nosso), que aqui não há nada para comer e até os ossos estão roídos.

Infelizmente, não há centros de reabilitação mas, em vez disso, há a caçadeira que (ainda não) tenho.
Se os animais soubessem ler e falar, era interessante lerem e comentarem… sssssssh.. mas baixinho que há de nós com boa pontaria.

Tónico

O tempo perde-se e a verdade foge.
A explicação é estática.
A vontade de saber aumenta e a coragem aparece apenas para fugir.
Pretensão alcoólica é certa que nada traz senão silêncio momentâneo.
A única solução é gritar.
A carcaça podre do fingimento já de nada serve a quem a vê.
Mais um louco numa janela que ninguém se digna sequer a olhar.
Parapeitos e telhados sobre lotados de saltadores que planam intactos até à rua
Nem os gritos nem os saltos.
Sobra a água e o veneno.
Sobra o gin.
Acaba.
Há que mentir para a salvação.
Comer cinza e aprender.
Trabalhar para fugir.
Mas embriaguez ser muda.
Um monstro de sinceridade desprovido de sentidos.
Morre!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Absinthe makes the heart grow fonder


-Roma está a arder, disse ele enquanto enchia mais um copo.
Lá vem ele outra vez, com uma diatribe auto indulgente encharcada em whisky, de como tudo era bom no passado, de como todas a nossas pobres almas, nascidas demasiado tarde, perderam quase tudo o que existiu no passado, de como perdemos quase tudo pelo qual valia a pena viver nesta vida. E o pior de tudo, é que ela concordava com ele.
E aqui estamos nós, pensou ela, no extremo do mundo, o verdadeiro extremo da civilização ocidental, todos tão desesperados por sentir alguma coisa, seja o que for, que esbarramos uns nos outros e fodemos a nossa vida até ao fim dos nossos dias.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

B careful uid wat u ask 4

Dá largas à imaginação e pensa em tudo o que quiseres. Deseja tudo e pede tudo! Tu mereces!
Por tudo o que sabes que és e mereces, pede aquilo que queres e mais ainda. Sem reservas, sem retenções, sem salvaguardas, com o egoísmo que te é justo, deseja tudo só para ti! Esquece os outros por uma vez e pensa em ti! Sem preocupações, não tenhas cuidado com aquilo pedes, porque isso, nunca vai acontecer.
Sejamos honestos, não é a desejar que lá vais, por isso, deseja à vontade, pede tudo o que quiseres. Sonhar faz bem, desde que saibas que podes pedir o que quiseres mas nunca o vais ter.
Não tenhas cuidado com aquilo que desejas, tem antes cuidado é com aquilo que perguntas.
Pergunta-te a ti mesmo se queres mesmo perguntar alguma coisa, depois, pergunta-te se é isso que queres perguntar, de seguida, responde a ti próprio a essa mesma pergunta para só depois… pergunta o que quiseres.
E mesmo depois disto tudo, mesmo assim, não perguntes nada que não queiras ouvir respondido.
Não tenhas cuidado com aquilo que desejas, tem cuidado com aquilo que perguntas.

sábado, 18 de julho de 2009

Up, up... and away!

Quando imaginamos, por vezes, deambulamos. Atravessamos a passagem do racional e fazemo-nos crer imaginados. Quando imaginamos acordados, adormecemos, perdemos o contacto com o que é e com o que deve ser, sonhando.
Quando sonhamos nunca estamos indiferentes pois na indiferença há controlo, há escolha, há o conseguir ou o querer ser indiferente. Quando sonhamos, voamos. A chorar ou a rir, mas a voar. Voamos um palmo do chão, a dois; passamos a um metro, dois; voamos sozinhos ou a dois, e de repente, voamos um pouco longe demais do chão. Fechamos os olhos e já cá estamos em cima, pensamos, como era mesmo que se aterrava?
A um palmo, a um metro ou sozinhos, era deixarmo-nos cair, mas assim…
Quando passamos muito tempo a voar perguntamo-nos se vivemos no mundo que vivemos ou no mundo que imaginamos e, só por perguntar, já não distinguimos um do outro. Quando voamos demasiado esquecemo-nos que não temos asas e, não querendo aterrar, planamos. Pioramos.
É que a voar não há fome, mas precisamos de comida para viver…
A voar não há sede, e sem água, morremos…
Lá em cima não há sono, e sem descanso, perdemo-nos…
Mas perdemo-nos contentes e morremos felizes, porque cá em cima, tudo é possível. Só custa aterrar…

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Adivinha

Sou quem sou
e vou,
até onde posso.
(Ou será quero?)
Sou quem duvida
e a própria dúvida.
Sou quem vê
mas não quer ser visto.
Sou quem quer,
não ser bicho.
Sou quem pensa
mas não diz.
Sou eu !!
(é ele que o diz).
Sou o génio
e a indiferença,
o raro,
para que a ninguém pertença.
Sou a vista cansada
e as costas doridas.
Sou a solidão disfarçada
das passas sofridas.
Sou Beleza assim,
para corações confundidos
que não vêm mim,
o que é pretendido.
Sou como sou,
felino e seguro.
Sou a confiança
que não confia.
Sou a bondade
do dia a dia.
Sou a pessoa
que ninguém percebeu.
Adivinha.
Quem sou eu?

terça-feira, 14 de julho de 2009

Milho sem sal nem caramelo e que não faz *puff*

Estamos indignados!
Não que estejamos à procura de protagonismo, longe disso, até porque sabemos ser, e somos mesmo, pessoas bastante discretas e comedidas no que se refere à promoção de nós próprios, mas, achamos muito mal andarmos aqui nós, pseudo considerados génios, em todos os níveis literários e da psicologia cor de rosa, num ritmo incessante de escrita de pérolas literárias, completamente espontâneas, a 27 leitores por dia, para vir uma senhora que gosta de pipocas, ainda mais das doces, falar da sua vida e assim, ter logo 6000 e tal cuscos diários a querer saber mais. Como se não bastasse convidaram-na a escrever um livro! Mesmo sem o ler, já dissemos que achamos mal?
Inveja? Por quem sois e nos tomais com tamanha vil sugestão!
-Tens que ter calma, tens o problema da úlcera e não te podes enervar.
Melhor fazer aqui uma pausa para respirar.

Ah, mas a senhora é formada em jornalismo. Ah, mas a senhora tem 60 pares de sapatos dos quais fala frequentemente (acho). Ah, mas a senhora quando não sabe que óculos comprar “posta” as fotos e tem logo 110 comentários a ajudá-la.
É isso que querem?
Assim será!
Não não será, porque a nossa vida não é assim tão interessante nem tenho assim tantos pares de sapatos. Os óculos até são novos, e por sinal maravilhosos, retros e, como nós, genialmente old-school, portanto não fazemos tensões de comprar outros tão depressa.
Poderíamos falar dos concertos semanais que frequentamos mas, tendo em conta a audiência que normalmente os assiste, não me parece ser motivo de mais leitores.
Teremos que ser justos. Isto não pega de estaca. A dita senhora já manda pipocas desde 2004. Temos que ser pacientes. No entanto, reparamos, o público alvo (ou pelo menos o atingido) é maioritariamente o feminino, por isso, só com este post quezilento e mesquinho já estamos a ganhar pontos.
Para terminar, e para quem não sabe, a Miss Pipoca foi elegida, já este ano, a “mulher mais invejada de Portugal” pelo canal SIC Mulher.
Ainda há esperança para nós. Ou antes, para eles. O homem mais invejado de Portugal poderá vir a ser O Meu Amigo Imaginário. Só falta é um SIC Homem (só… todas as outras condições estão, claramente criadas).

Como todas as pessoas sem criatividade e ideias próprias devidamente interessantes, vamos criticar as dos outros. Ou antes, as dela.
A partir de hoje este blog está encerrado.
Vemo-nos em apipocamaissalgada.blogspot.com.
Senhora Ana Garcia Martins, sou o seu arqui-inimigo (mas só hoje, que tem mais amigos que eu e como qualquer homem orgulhoso, não gosto de perder, muito mais para uma mulher - agora é que foi!).

segunda-feira, 13 de julho de 2009

A noite do dia a seguir

As noites do dia a seguir são curtas.
São impossíveis e são ansiosas e são tristes.
Nas noites do dia a seguir não se dorme,
pensa-se.
Pensa-se demais e quer-se demais.
Quer-se e pensa-se tanto naquilo que não sai,
não quer sair e insiste em ficar,
que o espaço interior começa a escassear.
Os pulmões, comprimidos, respiram pior a cada pensamento,
passando a respirar em soluços.
O estômago dói a cada pensamento,
até cada pensamento causar enjoo.
O coração tem pensamentos
a cercá-lo a apertá-lo a confundi-lo…
A matá-lo!
A cada pensamento mais, vamos deixando de funcionar.
A cada texto, o ultra populado interior, descomprime.
A cada gota de álcool o interior relaxa,
para falsamente adormecer, pois o acordar, ainda é mais sufocante.
O acordar, é sempre igual ao deitar. Mas com luz.
A luz que leva tudo a esconder-se no escuro,
a aguardar,
por mais uma noite do dia a seguir.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

…25,26,27! aqui vou eu!

Escondo-me dentro de mim com tudo aquilo que sou, quero ser e sei que não serei.
Vejo o que é e o que não será e questiono o que pode ser. Mas escondido.
Escondo dentro de mim o sentido que não compreendo, não encontrando contornos na incompreensão. Vejo o que pode ser e afasto-o. E confundo-me.
Escondo o que quero e mostro o que não quero. Escondo tudo e não mostro nada. Escondo-me dentro de mim escondido e cansado. Escondo-me tão bem que ninguém me encontra.
Corro por dentro e escondo-me, mas escondo-me bem. Canso-me de esconder e canso-me de explicar, só de pensar em tentar.
Escondo-me da explicação.
Escondo-me para não ser encontrado.
Arranho a garganta. Tusso. Bato, ligeiro, o pé no chão. Estalo o polegar no anelar. Imito, mal, um pássaro. Assobio. Estou aqui!. Grito!. Grito mais alto. Grito e aceno e grito enquanto aceno.
Não?
Já estou escondido e ainda contam… Escondo-me ainda melhor então.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

FOdSSE!

Se fosse mais complicado era simples.
Se fosse mais singelo era fascinante.
Se fosse mais falso era verdadeiro.
Se fosse mais desinteressante era cativante.
Se fosse mais monótono era divertido.
Se fosse mais enfadonho era deslumbrante.
Se fosse mais normal era único.
Se fosse mais aborrecido era interessante.
Se fosse mais gordo não se via.
Se fosse mais feio era atraente.
Se fosse a repulsa era o desejo.
Se fosse preto era branco.
Se fosse branco era preto.
Se fosse cão miava.
Se fosse inferior era magnífico.
Se fosse frio era quente.
Se fosse menos era mais mas se fosse mais era demasiado.
Se fosse mais era impossível.

Se existisse… morria… mas contente.

Se fosse humilde era egocêntrico…
FOdSSE!
Se fosse não era!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Verão, 2008

Ironicamente, as melhores férias da minha vida foram as do Verão de 2009, um mês depois deste artigo ser publicado, quando conheci a mulher da minha vida...


"Passatempo": As melhores férias da minha vida - desafio aos leitores
Jornal: O Público, suplemento Pública
Título: Verão, 2008 (mudaram-me o título por isso fica assim)


domingo, 5 de julho de 2009

"Lonely Gigolo"

"There's a hole in my head where people can get in
and if it's closed there'll be no one in.
Only the thin confused man, silent companion,
with no eyes and no hands.

The confused man grabbed a taxi to the amusement park
and he saw the carousels and sugar mountains,
flashing lights with smiley eyes.
He saw a girl he thought was gentleness itself
and dreamed about a sweet lifetime, for a second, from a distance.

But he didn't make no poems, nor he sing in the rain,
no joyful trip to Paris in The Romantic Train.
There were closets in his heart for these unfulfilled dreams
and they were kept closed in the dark for the life not to bother him.

He was no sad poet, he just didn't know were to go,
drawing broken hearts in stars like a lonely gigolo.

Well, but, the lonely gigolo said to himself
"I've still got my sweet lifetime!".
And he sings along the road:
"I've got my sweet, sweet, sweet lifetime.
And it's mine! All Mine!!!"

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Homem que é homem

Oh homem, faz-te homem!
Oh homem, fala!
Olha-te bem no espelho e vê quem és. Vê no que te tornaste, e já que não ouves, fala! Fala com o que vês à frente e pensa no que responder.
Oh homem, pensa!
Abre-me essa cabeça e pensa. Tira-me essas ideias da cabeça e pensa. Assume os teus erros. Se não ouves o que te digo, ouve o que te dizem, e pensa! Pensa mas não penses que é só a pensar que lá vais.
Oh homem, cresce!
Torna-te maduro e experiente. Olha à tua volta e abre bem os olhos. Cresce mas é! Cresce para cima e avança para a frente.
Oh homem, mexe-te!
Pára de ficar parado à espera e mexe-te. Anda! Mexe-te lá com isso! Acorda para a vida e mexe-te!
Oh homem, acorda!
Pára de sonhar acordado e olhar para todo o lado feito parvo. Pára de escrever parvoices e acorda!
Oh homem… faz-te mas é um homem!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

É por isso...

Espero, enquanto conseguir esperar. Roo-me e moo-me, enquanto houver que roer e moer… por isso como.
Mantenho a calma, para não explodir de vontade. Mantenho-me calmo, para, por dentro, não me roer nem me moer… por isso como e por isso bebo.
Respiro sozinho a cada momento e suspiro a cada dois momentos, concentro-me e espero. Espero... Espero... Espero mais um pouco, e forço um sorriso enquanto inspiro e, quando não resulta, inspiro profundamente, enchendo-me ao máximo, e expiro a forçar um sorriso… por isso fumo.
Sussurrem-me, baixinho, o futuro ao ouvido. Contem-me o que aí vem, tirem a piada ao esperar e à surpresa. Revelem-me os segredos da doce expectativa e estraguem-me a descoberta… por isso alucino.
É por isso que vou entrar, escondido, naquele barco que parte em direcção ao nevoeiro e esperar que não haja tempestade. Por via das dúvidas, vou-me amarrar a um mastro, a uma proa ou uma ancora e esperar, para que consiga esperar mais do que consigo, vou-me roer por fora e vou-me moer por dentro, vou explodir de calma e sorrir com vontade, vou, amarrado, comer, beber, fumar e alucinar, para assim, em direcção a esse nevoeiro, conhecer o futuro e tirar-lhe a piada e a vontade. É por isso...



Pai, mãe, família... amigos, não se preocupem que não me drogo nem fumo… nem como nem bebo.