quarta-feira, 1 de julho de 2009

É por isso...

Espero, enquanto conseguir esperar. Roo-me e moo-me, enquanto houver que roer e moer… por isso como.
Mantenho a calma, para não explodir de vontade. Mantenho-me calmo, para, por dentro, não me roer nem me moer… por isso como e por isso bebo.
Respiro sozinho a cada momento e suspiro a cada dois momentos, concentro-me e espero. Espero... Espero... Espero mais um pouco, e forço um sorriso enquanto inspiro e, quando não resulta, inspiro profundamente, enchendo-me ao máximo, e expiro a forçar um sorriso… por isso fumo.
Sussurrem-me, baixinho, o futuro ao ouvido. Contem-me o que aí vem, tirem a piada ao esperar e à surpresa. Revelem-me os segredos da doce expectativa e estraguem-me a descoberta… por isso alucino.
É por isso que vou entrar, escondido, naquele barco que parte em direcção ao nevoeiro e esperar que não haja tempestade. Por via das dúvidas, vou-me amarrar a um mastro, a uma proa ou uma ancora e esperar, para que consiga esperar mais do que consigo, vou-me roer por fora e vou-me moer por dentro, vou explodir de calma e sorrir com vontade, vou, amarrado, comer, beber, fumar e alucinar, para assim, em direcção a esse nevoeiro, conhecer o futuro e tirar-lhe a piada e a vontade. É por isso...



Pai, mãe, família... amigos, não se preocupem que não me drogo nem fumo… nem como nem bebo.

2 comentários:

M. disse...

Ah é por isso?
Muito bom :)

little"so_pa_chatear"girl disse...

muito, muito R. Será que estás A?
=p