quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Not all kings men





Why shouldn’t we absorb what’s of others?
Or why, from time to time, question our fathers?
You see,
Even If all men would gather their word,
They’d still knew less than any kind of a bird.
True, that not all men are smart, nor all women wise,
But the lesson of life is one, in the end, there is no prize.


Living our lives for ourselves, may be selfish and rude
But without the truthful growth of solitude,
We become, an unsigned rewritten book,
Or an unflavored meal, that you’d overcook.
Again,
Who am I, to judge with a pen?
Let’s face it, not all kings men.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Joseph the beggar


To a single handful of friends, he is merely known as Joseph, but in his street, he’s known as ‘the beggar’. In the corner of the 2nd with Welsh, although he asks for money, he does not beg for it and, to all that pass by him, the strange feeling of self petty is common. It's as if the ones that passed, were the same standing... waiting.
I to felt the glowing aura of sadness of the self-conscience bearer, with the capacity of affecting all just by looking.
I would never forget the day that I met Joseph. He had a sign that said: “Do you wanna support love?”
The immediate thought of conversation crossed my mind, so, I interpolated him:
-That’s a nice Shakespearian way of putting things … and how much does it cost to support your love?
-Priceless, young sir.
-Let’s be a little more realistic, shall we?
-By all means kind sir...
-How much does a pound support your love?
-Sir… I would love you for that…

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

De sanu e lucu todos temos um pucu



Até um louco,
quando sem argumentos,
pede a palavra.
Por ser louco,
tudo tenta,
pensando que tudo pode.
Afinal,
ele é louco.
É por isto
que um desesperado nada pode contra um louco.
Afinal,
ele não sabe senão desesperar.
O argumento de um louco, dá cadeia...
O de um desesperado, é morte.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

The Devil is in the details



É no viver do sentido do nada
A inspiração das pequenas coisas.
Afinal, é onde está o diabo!
Cresço grande onde me chamam pequeno,
Onde os planos se fazem com sonhos
Mas consciente que os sonhos,
Se fazem e desfazem
à velocidade de um pensamento mal planeado.
Por isso,
É a própria consciência que perdoa o mundo.


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

dó de um inconformismo


De todos os que não o são,
Eu sou-o menos.
De todos estes ,
dos que não o são,
São os que querem
que não o podem verdadeiramente ser.
Mas eu posso-o.
Só não o quero.
Os outros, os que o são,
Não o querem.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Little Boxes



Hoje só de bola de cristal é que lá vão. Nem sendo bruxos, só mesmo de bola.
Incomoda-me a generalização do particular e, mais do que incomodar, preocupa-me a particularização que fazem. E volta novamente a me incomodar por, nem nesta altura, me deixar de incomodar com uma particularização que nem é minha.


-Há coisas que não mudam ou demoram a mudar...
-Porquê? Estás diferente?


Resigno-me ou critíco?
Tomo um café e digo-me, ‘cala-te’.
As minhas desculpas, se tal forem necessárias, mas hoje acordei em necessidade de criticar o sonho americano... little boxes, little boxes... Aparentemente todos para lá caminhamos sem qualquer poder de escolha, só muda a língua.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Escrever versus rimer é Rimar versus escrivar



Não percebo a arte das rimas
Que de forma sublime dominas.
Não compreendo, como apenas um trecho,
Pode ganhar a todo um texto,
Ou o porquê do rimar
Prender mais quem está a escutar.
Será pelos versos serem mais curtos?
Bem sei que a preguiça é um surto,
Que se pega só de ver
Tantas letras a aparecer.
Seja porque for, acato sem desprezar,
toda a forma de rimar,
Que a minha, por ser pobre e por limar,
Não me deixa sequer opinar.


quinta-feira, 15 de outubro de 2009

mag oa da


Este não é um texto de conforto
Para que teu navio chegue a bom porto,
Pois não o há quem torne o desgosto
De imediato no sentir oposto.


Nem é uma tentativa de animação,
Ao que agora parece, não ter solução,
Mas parte-me o coração,
Ver-te em tamanha aflição.


Há que dar tempo ao andar,
E é sempre fácil falar,
Mas como é possível aguentar
Quando até o ar custa respirar.


Foi em tempos de paz duradoura,
Que o papel de gladiadora
Te assentou como uma luva,
Agora, não passas de um chocolate à chuva.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A grande fuga

Deste lado do espelho,
Sou a Alice sem maravilha
Em desespero por uma toca onde cair.
Nasci quelónio híbrido,
Rebento da preguiça com o cobarde,
Onde nem a minha concreção me dá guarida.
Perco-me antes no ar fétido que exalo,
E torno-me nexo do mar e da areia.
O que lhes devo, não tem paga.
E, como um hélio de borracha infantil,
Voo de âmago cheio.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

World is a variety show, but I watch it all on the tip of my toes:




‘Cause I see a future, hopefully near,
Where I can hold on to something dear.
And I can only imagine how it would be,
To finally have roots like an old tree.


It’s in these days of wind and rain,
That I feel this cold kind of pain,
Where the light is short and dark,
And my head a big old question mark.


But, as time goes by I stand strong,
Thinking of you all day long,
And unlike all sane, I do pretend,
You don’t exist, my imaginary friend!


Are you really a figure of my imagination,
(and I never had this conversation)
Or on the contrary, you’re quiet real,
Stuck in my head like a strong ideal.


You see, I really don’t want you to leave,
So we can share what we’ll both achieve.
In written or in my mind, but forever,
Real or imaginary, but together!


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Já encho as calças



A qualidade de um livro vê-se pelo peso do mesmo. Experimentem pesar-se antes e depois de ler (de preferência sem o livro na mão). Engordei 1Kg numa tarde, depois de um Zafón mal mastigado e andei a Pankreoflats uma semana depois de um José Luís Peixoto sôfrego. Eu que como sopa todos os dias, duas vezes por dia, troquei-a pelo Miguel Andresen e ando aqui que não me aguento.
Existe, obviamente, toda uma subjectividade no paladar cerebral e, tanto podemos ficar enfartados com um Thomas Cook, como usá-lo para corta sabores...
Há quem já me tenha dito que usa o Livro do Desassossego, vejam lá, para palitar os dentes! Um absurdo, que O Fernando é a pior dieta que existe.
Correm rumores que um certo indivíduo teve que colocar uma banda gástrica após ler Herta Müller.


Não sei o que se passa comigo, até ler letras de música me dão pneus e duplo queixo, e atenção que sou pessoa para fazer de um qualquer rodízio em grupo, uma competição onde raramente perco e vou sempre ao pódio (mesmo que desaperte o botão das calças à primeira passagem de maminha).
Esta até poderá ser a solução para a fome no 3º mundo, sendo que Portugal só não passa fome porque a matemática não é letrada e, excepcionalmente, não interfere no arredondamento do nosso 2.5 (para cima). Seja como for, já encho as calças.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

These shoes are made for walking



Comprei uns sapatos com o único propósito de me viajarem. Por isso ainda não percebem português e, apesar de falarem pelos calcanhares, não conhecem a calma e o ameno.
Durante dias vi-os todos os dias, e esperei. Apresentei-me, experimentámo-nos e esperei novamente, que nem mulher indecisa na combinação de diferentes tons da mesma cor de carteira e sapatos, declinando “pendant” da sola com o penteado da altura. Depois sonhei-os e comprei-os nesse mesmo dia.
Agora tenho uns sapatos que viram o mundo do chão, dormiram no ar, dançaram no alcool, fumaram nas calles, desenharam na neve e nadaram nas poças, carregando-me sempre de volta a casa.
É altura de quebrar promessas e levá-los a passear novamente. Infelizmente a CAT não oferece milhas.
"start walking, shoes..."

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

não tenho pescoço



   De todas as criaturas que já sonhei ser,
vampiro foi a que decidi escolher.
Humano, animal, magnífico ou horroroso,
não pelo ébrio sangue bacterioso,
mas pelo pescoço perfeito,
a que pelo menos teria direito.


   Não sei pescoço, mas queria um!


   Queria um pescoço para morder até ao limite do sangrar,
um que em macro pudesse observar e sentir,
o afirmar em silêncio dos poros a pedir,
à penugem de pele para se erguer,
para que, sorrindo de dor e prazer
enquanto o via se contorcer,
o trincar e novamente observar,
o ofegante recolher em choque,
da penugem de um pescoço que acusasse o meu toque. 
   Queria um pescoço só para mim, para brincar, provocar e fazer suar
ao som da minha respiração e ao toque do meu paladar.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Uma caneta!




-‘Tás-te a rir de quê?
-De nada, disse sorrindo sem se aperceber disso.
-Ninguém se ri de nada, respondeu-lhe jocasamente enervada.
-Pois eu rio-me de nada e ainda me atrevo a rir de tudo.
A resposta não a satisfez, mas não quis insistir. Conhecia-o suficientemente bem para saber que não valia a pena. Ele é que não o sabia, e pensava, uma caneta! Uma caneta seria perfeito. Se me conhecesse bem, seria uma caneta! Mas que penso eu, uma coisa é o vento assustar-nos com a sua presença falando-nos ao ouvido quando pensamos estar sós e invisíveis, ou o artifício do fogo acontecer como que encomendado a meio de um romance, ou um vortex nebuloso mostrar-se apenas aos nossos olhos, ou, sem pedido, a encomenda bastar ter vontade, outra coisa é outra coisa. E riu-se sozinho alegando o nada como resposta.
À noite, ao deitar-se, tinha uma caneta na almofada.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Parto hoje...







Tínhamos combinado voltarmo-nos a ver no último pôr do sol do mês de Setembro, no cais da Rocha do Conde de Óbidos e foi lá, junto ao estaleiro principal, que morri pela primeira vez. Quando cheguei, atrasado como de costume, já me aguardava, cabisbaixa, não conseguindo encarar os meus olhos surpresos pela sua estranha inquietude e falta de coragem muscular. Sem pontaria nem intenção, com palavras de tons ténues e uma voz trémula e nervosa, após uma pausa de hediondo suspense para os meus ouvidos, como que a ganhar coragem para regurgitar as palavras ingeridas previamente pelo pensamento, disparou certeira.
- Parto hoje... Não sei se volto mais, nem sei para onde vou. O meu pai quer-me longe desta cidade e deste país...
- ...cala-te! Não me interessa nada disso! Esperas por mim? No barco ou num qualquer outro porto, mas espera por mim! Eu procuro-te, eu encontro-te, eu acompanho-te e partimos os dois... mas se partimos os dois, não voltamos mais... Sim?
Levantou a cabeça e sorriu.
- Não demores. Temos o mundo para descobrir. Até à vista!
Virou costas ás lágrimas, e sem conseguir esconder os soluços, sem um beijo ou um dos nossos abraço de parar o tempo,  afastou-se.
A minha vida seguia agora outro rumo. A partir daquele momento tudo iria ser diferente e aguardar pelo momento em que nos reencontraríamos tornava-se um desejo em forma de sufoco estranhamente agradável. Nunca mais a vi.


quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Lá é do outro lado de cá



-Um dia destes fujo. Salto a sebe e parto para o que há do lado de lá.
-Ouvi dizer que depois da sebe há um muro e depois disso sabe deus o quê. Mas porque partes?
-...
-Decides partir mas não sabes para onde fugir. Vais tarde. Agora o simples dá trabalho e até para fugir é necessário um plano, que os actos irreflectidos já não são singelos e de simplicidade não têm nada.
-Andar a deriva tem um preço: a sanidade, e a sanidade tem um custo, a solidão. Colheste-me as pernas enquanto me varrias os pés e deixas-me, de costas ao cá, a olhar para o lá.
-Por isso ficas-te, nem cá, nem lá.
-Suponho que se somos quem somos, então, lamentavelmente, sou quem sou. Mas... cá, quem sou eu?
-Hoje, és aquele que olha a sebe, sonha com o muro, fala em saltar mas continua deste lado.