terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Teima na ventura sem métrica


A pequena folha do rio, feliz sem rumo ao sabor do vento,
Pensa, por não traçar seu caminho, poder a cada momento,
Surpreender-se com a invencível felicidade do acaso.
Que, por ser apenas um pequeno corpo raso,
Pode inventar cada sentimento,
Conduzindo no gigante rio, ao sabor do forte vento.
É a lei do desprendido, que pensa que tudo vai bem,
Enquanto se mantiver sem planos, nem vendo demasiado além.
Logo se vê, para quem não vê, é um plano demasiado arriscado,
Mas a verdade é que é a pequena folha, depois de tudo somado,
Entre as margens de terra, na estrada de água e de troncos,
Que troca o verde pelo castanho e o insípido pelo sorriso dos tontos.
Por ser pequena e relaxada, outrora verde e pendurada,
Não pode ser mais que isso e gozar a vida despreocupada.
Junte-se o rio e o vento, os troncos e as margens,
Que à pequena folha rasa, não são permitidas libertinagens!
A insípida folha sorridente, está agora condenada.
O seu destino, pelas regras dos outros, será vir a ser afundada.

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