segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Mute






Não ouço nada!, pensava em pânico.
Subitamente, um repentino retirar do som, mostrava um novo mundo de silêncio, um que julgava não ser capaz de compreender (sem preocupação), apenas pela imagem.
Vejo-o melhor assim, pensou mais calmo, fazendo-se forte, de ouvidos tapados e olhos abertos.
“Mostra-te-me” então!
Foi este o pacto secreto que fizemos:
Tu não me ouves e eu não te digo mais nada... Mostro-to!
Eu não te ouço e tu “mostras-me-te”!

Ah, mas ainda sou pequeno para ti... ainda me fazes sombra...
Como é na falta de comunicação que  tudo o resto desaba, o medo é de não te pertencer.
E volta o pânico.
Por não conseguirmos apenas ver, por necessitarmos de  compreender, de escutar e de olhar, por precisarmos de tudo... nada ouvimos.

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