quarta-feira, 18 de março de 2009

O frio espevita

Isto assim não pode ser. Por certo ainda ninguém reparou, mas está um calor lá fora que não se pode. Estamos em Março!
Nesta matéria estamos no pior país possível (noutras também mas não gostamos muito de fugir do tema, ainda que ele não exista... ou de nos queixarmos). E nós, obviamente e sem surpresa nenhuma, temos a solução.
Primeiro temos que pensar naquilo que queremos.
É cultura geral que o frio espevita. E se o frio espevita, o calor amolece, empapa, cansa, fatiga, tira a roupa, molesta, despe-te, importuna, aborrece. No fundo o calor é uma chatice.
Hoje encontrámos um amigo na rua. Apesar de não ser um amigo de ocasião, calhou falar do tempo. Não sabemos porquê e tão pouco foi para preencher silêncio. Mas lá calhou. E ele dizia algo como, este calor assim não dá, como é que a malta trabalha assim, o calor é para beber um café com gelo.
É muito fácil. Chegamos ali à zona de Caminha e começamos a descoser o tracejado até Melgaço, descemos até à Portela do Homem, viramos à direita para Guadramil e depois é sempre a eito (seja lá o que eito for) até Castro Marim. E ficamos à deriva. Só falta encontrar um spot interessante.
Aqui, apesar da sobrelotação dos terrenos mundiais, temos algumas escolhas. Ou revivemos os descobrimentos e vamos à volta ter novamente com os nossos hermanos, que sejamos verdadeiros, até nos têm dado jeito, e isso implicaria descer pelas Áfricas e voltar a subir. Agora vemos que ou atracamos em Malta, que não dá jeito nenhum, ou fazemos do tacão da bota um lago e juntamo-nos à Albânia e à Grécia. Até podia ser interessante mas para mudar tem que ser para melhor. Além de que não resolveria o problema inicial. O calor.
Siga para cima. Para nós a melhor solução poderia passar por ficar naquele cantinho de Espanha com França. Juntávamos Sagres a Bilbao e nem tínhamos que mudar o nome ao Allgarve, reaproveitando a Serra do Caldeirão para uma luxuosa (não fosse isto o Algarve) estância de desportos de neve. O vinho Alentejano passava a ter características do de Bordéus (atenção que isto É um ponto negativo). O problema seria ter que perder um pouco o litoral e grande parte do Minho só para nos encaixarmos na costa Francesa. Quase perfeito.
Só temos mais dois cantinhos disponíveis. Ou nos juntávamos a Inglaterra, dávamos-lhes Cascais que já anda morto para falar Britishguês, Porto, Benfica e Sporting lutavam pela permanência na Premiership e os restantes clubes passavam directamente para a 3ª liga Inglesa, passávamos actuais 3/4 do país a costa e vivíamos da pesca (roubando o bacalhau à Noruega) e com chuva todo o ano, ou, púnhamos o Minho a fazer fronteira com a Dinamarca, o litoral norte com a Alemanha (e consequentemente mudávamos a capital de Lisboa para Freixo de Espada à Cinta que se desenvolveria 500% num ano, ficando assim igual a... Beja), resolvíamos os problemas das cheias dos Holandeses com o atracar da serra do Marvão e faríamos disparar a taxa de suicídio, no litoral Sul (pela pouca 'vergonhagem'), com a proximidade de Barrancos a Amesterdão. O problema principal está resolvido e ainda temos mais valias. Temos vencedor?

E agora o tempo:
Céu pouco nublado ou limpo, temporariamente nublado por nuvens altas.
Vento fraco a moderado (10 a 30 km/h) de sueste, soprando moderado a forte (30 a 55 km/h) com rajadas até 80 km/h no litoral da Região Sul e nas terras altas até meio da tarde.
O céu vai estar azul até ao final da semana. E o campeonato também.

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