quinta-feira, 7 de outubro de 2010

nada



quando não se dá tempo ao tempo,
acaba-se com o tempo do tempo.
se se deixa solto o tempo,
esquece-se que existe tempo
e, com o passar do tempo,
o tempo deixa de ser tempo.
o iletrado tempo
que não compreende o tempo,
o analfabeto tempo
que não percebe o tempo,
o tempo que me mata o tempo
e a mim, que já fui tempo.
e agora Tempo,
não sou nada nem sou tempo!
perco-me antes no tempo,
sou as horas e os minutos e os segundos do tempo,
sou as flores e as folhas e o despido do tempo,
sou o calor e o ameno e o frio do tempo,
sou a ausência do tempo dentro do tempo.
sou mágoa do tempo,
que injustiça o tempo.
e agora Tempo,
agora, não sou nada... nem sou tempo.

1 comentário:

littlegirl disse...

upas...! :)