terça-feira, 19 de outubro de 2010

Gago




Há delas respostas com prazo de validade.
Afirma-se o mundo, as entranhas e a pessoa. Fala-se de tudo, que, dizem, é sempre fácil. Mas não é. Não é fácil falar e dizer nada, quanto mais tudo. Não só não é fácil, como parece ser impossível fazer passar o ar certo pela traqueia e tornar-nos audíveis no som que queremos. Pensar sim, é fácil e, por vezes, pensamos tanto que pensamos que já dissemos o que pensávamos. Outras pensamos: diz diz diz diz, e calamo-nos. Escrever também o é. Porque escrever é pensar e falar ao mesmo tempo, escrever é dizer e responder e perguntar e tornar a responder por nós à nossa própria pergunta, no nosso próprio cenário, na nossa imperfeição perfeita, na nossa ideia singular: única, porque não existe.
Mas, até para as nossas perguntas, existe um prazo de validade. Até a (minha) hesitação tem valor e, a resposta, tem 30 segundos de vida.
Queres!?   v i n t e   e   n o v e    s e g u n d o s   d e   e s p e r a   e.... SIM! (ou não)
Vens!?   v i n t e   e   n o v e    s e g u n d o s   d e   e s p e r a   e.... SIM! (ou não)
Ou não, que o sim é sempre mais poético. Que o sim vive nas (minhas) folhas de papel virtuais, na (minha) cabeça que parece mandar na hesitação e diz que, a inconstância do vacilar, o titubear da mente pelas não palavras em um, dois, três, os que forem segundos, são o cambalear da mente inconstante.
Para a hesitação, já bastam os corações que balbuciam o mundo numa gaguez que (me) mata.


há há há de-de-de-las re-re-re-spo-po-pos-tas co-co-com pra-pra-pra-zo de va-va-va-va-li-li-li-da-da-de...



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