segunda-feira, 24 de outubro de 2011

المغرب‎ - OPO / RAK



Com saída prevista para as 15h, às 14h, ainda enviávamos mensagens uns aos outros a informar que estávamos a sair do trabalho para ir fazer a mala e tomar um último banho. Este era o nosso estado de relaxamento. Os joelhos no chão do Francisco Sá Carneiro, virados para a nossa Meca em forma de cartaz de bacalhau com broa (que tanta saudades ainda viríamos a sentir), representava o nosso estado de espírito.
Marrocos foi a nossa inauguração de África e, Marrakech, é acima de tudo, um mundo à parte para qualquer ocidental não habituado a este continente, onde tudo é diferente e, de europeu, só o Francês. Se existem nove milhões de bicicletas em Beijing, Marrakech parece ter o equivalente em motas, o mesmo trânsito e o dobro do caos. Mohammad, o nosso taxista, parece sorrir com deleite ao nosso ar incrédulo sempre quase batemos em alguém e sorri ainda mais ás nossas interjeições de tal confusão. Serpenteia-se por entre motas, carros e pessoas que não respeitam quaisquer do nossos códigos de circulação ou regras de segurança. "Come le chinois", goza Mohammad.
- É aqui, diz enquanto aponta para um beco escuro onde o carro não passa. Sempre em frente e depois à direita.
Para primeira noite escolhemos um Riad perto da praça Djemaa el Fna. Uma quase modesta porta de entrada, revela no interior um antigo palacete marroquino, escondido por entre as movimentadas ruas da cidade. O nosso porto de abrigo é, em conceito, semelhante à europeia "guest-house", mas mais sumptuoso. No interior impera a calma, imposta pelo som de uma fonte interior, o sítio ideal para relaxar num banho, depois de uma visita nocturna a uma das maiores e mais movimentadas praças de África e do mundo. Marrakech profunda e diurna ficaria para outro dia, pois bem cedo teríamos, pela primeira vez, Hammi à nossa espera.

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