segunda-feira, 8 de março de 2010

A Mentira

.Explodimos! Gritamos a raiva do que ouvimos e do que vemos! Descontrolamo-nos!
,É mais fácil ser poeta do que falar, por isso baixamo-nos, diminuimo-nos e mostramos o errado pela falta de hábito. Não conhecemos o mal. Mostramos tudo ingenuamente. Não há mais segredos. A mentira acaba aqui. No início do tarde demais.
.Crescemos ainda mais! Expulsamos pela raiva e incompreensão daquilo que, agora, só faz sentido. Fumamos o primeiro de há muito, é o simbolo do destroço.
,Saímos. Pensamos, choramos e percebemos. Não dormimos com lágrimas de ideias e, pelo sentimento unicamente descodificável, por ser só nosso, frustramos. É a maior frustração da vida, quando apenas nós sabemos tudo. É o cartão vermelho sem falta. Mas houve falta. Não houve foi agressão e agora, não há compreensão pelas intenções e os factos parecem claros.
.Não dormimos. Pensamos, não percebemos, enraivecemos mais e mais. É o sentimento de traição de a quem demos tudo. Pensamos, não percebemos e enraivecemos ainda mais. Deixamos de querer ver, porque tudo parece claro.
,Voltamos. Num ápice, num impulso que o racional reprova mas o coração sobrepõe porque quem manda é ele, voltamos. Olhamos e crescemos e explicamos. Deixamos o poeta à porta.
.Queremos mas não queremos. Mas porquê?!? Não queremos ouvir, explodimos. Enraivecemos e dizemos tudo. Apontamos e insultamos, perdemos a razão com razão. Fumamos mais um.
,Escrevemos e saímos. Já não olhamos o chão mas o coração mal respira. Conduzimos os olhos turvos ao sítio onde já fomos.
.Lemos. A estupfacção do que lemos tem que ser respondida. Sem palavras.
,Respondemos, mostramos o errado e respondemos. Não.
.Sim!
,não.
.SIM! e um beijo.
,Um beijo... um beijo? Vemos para além de tudo só por quem manda. O coração. De repente, sentimos a esperança em tudo. Sabemos de tudo e deste lado a tranquilidade é maior por isso. Há uma tristeza mais calma e resignada, mas sempre acompanhada da frustração. Dormimos de lençóis vazios e uma segunda almofada de companhia. Mas não dormimos. O corpo mostra-se capaz de resistir a tudo e acompanha a mente que não dorme. Pedimos ao corpo que nos deixe. Imploramos o sono. Desesperamos. Confessa-se a saudade pela companhia dos cabelos, do cheiro e da memória. Horas passam a reler o beijo que agora diz adeus. Assiste-se ao aumento da intensidade da luz a cada segundo. Desta vez, a manhã é mais triste do que a noite. Desta vez, não falta menos um dia. Desta vez, passou mais um e nada. Ocupemos a cabeça fora do nada e façamos tudo. Impossível. Ela está em tudo. No isqueiro, na vela, na água, no sumo, na árvore, no papel, na caneta, no ar, cá dentro e cá fora. Em tudo o que tudo procuro para não pensar. Arrastamo-nos à amizade. Engolimos em seco, respondemos como amigos e mostramos o que está mal. Apelamos à reflexão do porquê do mal do passado.
.A incompreensão da suposta tentativa de transferência de culpa, é cruel. Transmite-se o mal hediondo, o sentimento atroz, e o desejo de esperança ténue nas entrelinhas.
,Conversa-se com a intransigência, apela-se ás soluções. Ao futuro.
.Recorda-se o passado planeado para o futuro, as chances e as hipóteses. O cansaço dos passos em frente e dos recuos e a não compreensão pela não auto avaliação. Diz-se que se dorme.
,O tempo será sempre o tempo. Aprendamos e evoluamos. Se nada acontece por acaso, o que é que será que o acaso trouxe desta vez? Aprendizagem para o futuro? Mas de quem? Do meu certamente. Do teu... Do nosso... Ouve agora o grito ao mundo que querias, ouve uma voz rouca que fica sem voz. Mas não pára. Quererás nomes? Não faz parte de mim, mas todos sabem os nossos. Grito bem alto porque não sei cantar. Ouves?

1 comentário:

raquel disse...

O pior surdo é o que tapa os ouvidos para não ouvir... Beijo