sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Sou mau, logo existo

Podem-nos educar como quiserem, ensinarem-nos as coisas do mundo e como tudo acontece. Podem-nos dizer o que há e o que não há, quem faz e quem não faz, que nada disso se sobrepõe ao sentimento do que vimos à nossa volta.
A única coisa que nos ensinam e preparam (ou tentam) é a reagir e a interpretar. Nem é a absorver, que isso não se ensina, aprende-se. E quando o ouvimos de uma entidade que consideramos superior, então, interiorizamo-lo como certo. Passa a ser essa a única verdade, aquela que possuímos porque foi a que nos disseram. E quem nos disse sabe tudo. 
Se, pela experiência, vamos aprendendo por nós próprios, também o vamos aprendendo pelos outros, os que se nos apresentam à nossa frente para, inconscientemente (para os dois), nos oferecerem a experiência. Sejam os passarinhos ou sejam o que for. E se só crescemos por nós próprios, então crescemos pelos outros.
Espera lá!
Afinal, se calhar, a culpa nem é nossa. É somente daquilo que se nos foi apresentando à nossa frente.


Eu acredito no contexto:
Cresço mau se me fazem mal. Se vejo o mal, se ouço que tudo é mau, também eu serei mau. Pior do que seria, é certo, mas mais forte, mais preparado e mais consciente do mundo. Daquele que é mau, pelo menos...
Mas se não o conheço, então cresço ingénuo e ignorante. Não sei é se acredito nisso, que é possível não o conhecer. Pelo menos por algum tempo, porque quem diz não o conhecer mente. A quem diz não o conhecer, não é permitido pelos outros que não o conheça, porque se não o conhece é porque está a mentir e se está a mentir, é porque já é mau. Como os outros.

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