quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Texto de raiva anormal



Vivo na ilusão do bem estar perante a anormalidade dos outros, para me aperceber que afinal, o anormal sou eu. Sou eu que me consumo, que falsamente me enrugo e desgasto o espírito da ansiedade pela razão de uma qualquer mudança genética num cromossoma escondido, anormal, monstro e bicho na implosão interior a que me sujeito, perante a anormalidade dos outros.
Mas está tudo bem...
O anormal sou eu e se para os genes ainda não há cura, para a mutação há-a. Por isso, sigo resignado, esperando, aguardando, vivendo para um qualquer outro dia: O dia em quem a anormalidade sai à rua mas eu fico em casa.

1 comentário:

littlegirl disse...

Enquanto geneticista e admiradora da tua escrita... que fabulosa mistura!
Tens de cuspir para um frasco e dar-mo, para eu ver em que cromossoma está esse teu jeito para escrever.