segunda-feira, 23 de novembro de 2009

(sem destinatário)


Invejo a criança pela capacidade de estar só,
de se entreter com o nada e, pela imaginação, criar tudo.
E penso,
quando perdi eu essa capacidade?
Deixei de ser criança quando deixei de estar só
e me esqueci do que era estar sozinho.
Dizem que nunca sabemos quando o esquecimento vingou,
até termos verdadeiramente esquecido,
mas é também essa a razão pela qual nunca esquecemos...
E criamos a solidão.
Porque sós, sempre o fomos até não o sermos mais,
até nos habituarmos a crescer.
E depois é tarde,
já somos grandes...
uns mais do que outros.

2 comentários:

littlegirl disse...

That's why I always will be the little girl

João disse...

espero que só de nome, porque ser grande, hoje em dia, é uma raridade... daquelas caras, que ninguém tem, todos querem ter mas não percebem que não é a querer que lá chegam.

Simplesmente há quem seja grande, ponto...
ah, e geralmente essas (pessoas), nem dão conta.