quarta-feira, 30 de junho de 2010

És!

Respirei fundo para lhe confessar um pensamento, olhei-a nos olhos, abri a boca, que talvez julgando-se ouvido só escutava, mas nenhum som lhe saiu. Nada. Apenas um olhar cobarde de silêncio se mantinha. Improvisando, tomei-a rapidamente nos braços para que não me visse, para que eu não a visse e pudesse assim ganhar coragem e respirei novamente.
Acompanhavam-me agora os olhos molhados, certamente do calor, ou do cansaço da insónia daquela noite, e o silêncio deixava de se manter para se instalar.
Engoli em seco, e, finalmente, confessei-lhe: És a mulher mais extraordinária que eu conheço!
Hoje já é quarta e não me consigo esquecer dessa manhã...