segunda-feira, 17 de maio de 2010

Vendo-me!

Alterei o negativo prévio pelo acrescento, e este, aviso, é mais um enigma para a não compreensão. Ficam as palavras do indecifrável, apenas sem solução se se não se perceber que a chave serve em todas. Ficam as letras manchadas da discórdia e da insónia, fica a data marcada da decisão, fica tudo apontado na dupla raiva da não compreensão, fico eu a um canto e o ponto de interrogação num outro. Deixou de importar a importância e a dimensão, que a pequena vírgula, tudo pode contra mim, e a quente, como não se deve, de dentes cerrados, como não é suposto, sem uma qualquer calma que deveria... que deveríamos, mas não temos, mas que eu reconheço e não quero, deixando mais uma acha nesta fogueira. Desta vez que arda toda e de uma vez e até ao fim! Que acabem as letras e os pontos e as vírgulas e os acentos em todas as direcções, os sinónimos em demasia e as dúvidas absurdas. Que acabem, não pela não leitura mas pela não escrita. Pese-se a importância das coisas e o futuro, decida-se entre o prazer “desinchador” da folha de papel e o querer suado, descompassado do sorriso sério e da felicidade aos dias certos, que embora não haja escolha nem seja necessário escolher entre as letras, que são as minhas amantes, e a serenidade da calma e de um fogo lento e baixo, se a houvesse, não hesitava por um instante!
Não se apagam fogos com letras e quando penso em acalmar uma qualquer chama com palavras, já começo a ver um futuro texto de fumo preto. Sou assim, desprovido de qualidades que me encham o âmago, encho-o antes pelos outros, por ti, e sou-o insatisfeito e sem visão aprazível do meu eu, pequeno e reduzido à minha insignificância, como antes me ordenavam os meus pais. Sou-o, escondo-o e faço disso o meu escudo sem que isso me incomode admiti-lo. Afinal, este é só mais um enigma incompreensível pelas palavras do indecifrável. Incomoda-me apenas que o descubram a sério, que o vejam e decidam por sua culpa e influência e não por mim.
Por isso, hoje ofereço-me de forma quase gratuita: Sou do melhor sorriso, do primeiro obrigado e do faz favor de passar.
Bom dia... e sou teu…
Boa noite... e para a vida...
Como correu o dia... e peço-te em casamento…
Estás bem?... e passo-te a roupa…
Estava óptimo... e lavo-te a louça…
Adorei!... e não tens que te preocupar com mais nada…
Desculpa... e dou-te o mundo a teus pés…
Obrigada... e eu a teus pés…
És mesmo assim… e deixo de ser homem, deixo de ser forte, deixo de ser tudo, faço-me nada, volátil, estonteio sem saber que fazer, coro, derreto-me até ao chão que pisas, tapo a cara para que não me vejas frágil, mas deixo a boca de fora para que me vejas alegre e a sorrir, pois caí numa poça de choro de felicidade.

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