quinta-feira, 21 de julho de 2011

3218




Todos os dias um acaso diferente. Uma, ocasião imprevista que produzia um facto: o próprio acaso. Um acontecimento inesperado, repentino - casual mesmo - até ao "Feliz Acaso" que era ele próprio a hipótese fortuita de que, se calhar, talvez, por um mero contínuo acaso, naquele dia, desejar insistentemente e de forma repetida, de olhos fechados, cerrados a toda força, engelhados na pele e na expressão e na força do desejo, um 3218.
600 mil pessoas em Lisboa e, naquele dia, no dia que o mais desejou, como se - pensava - fosse impossível desejar ainda mais, vezes e vezes sem conta, com todo o falso poder da sua cabeça que tentava em vão influenciar o mundo e o acaso, a provocar o próprio acaso, eis que surge um redondo e magnífico e azul e alheio a ele e ao mundo... 3218... edição especial... sem parar... deixando-o parado... num repetido sinal vermelho, de um apático acompanhar de cabeça alheio ao restante.
Nessa noite de 3ª feira haveria de sonhar... e muito. - E infelizmente!, acrescentava-lhe o fustigado interior.



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