O meu nome é só meu e é por ele que me chamam ou repreendem no fim de uma frase de voz acentuadamente exclamada. O meu nome não serve para carinhos, sorrisos ou melosas interjeições, nem é proferido no final de "tens muita piada", mas foi várias vezes utilizado no final de "não te volto a chamar". Gosto de ti, ponto. Não te quero voltar a ver [o meu nome].
Quando [o meu nome] é usado no início, tremo numa ansiedade desmedida, enquanto aguardo o tempo entre o meu nome e a palavra seguinte. [O meu nome], "passas-me a água?" e a água ainda treme num jarramoto.
O meu nome, que é só meu, nunca é dito por mim, excepto quando me apresento. Olá, eu sou [o meu nome]. Eu sou muito mais do que o meu nome, mas é pelo nome que sou conhecido, exclamado no fim, não usado de bom e incerto pelo início.
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