porque não houve noite nesta noite.
Se não existiu sono, não existiram horas.
É o corpo que aponta os minutos que, quando são horas,
se existe luz,
é tempo.
Mas hoje ainda não existe luz nem existem horas.
Eu, nem sei se ainda existo, por isso corro,
c o r r o,
c o r r o
para acordar a luz e com ela, acordar a cidade.
Já sei que com a cidade acordo eu.
E começa a manhã:
Diferente de todas as manhãs, numa manhã que foi dia sem noite.
Começa o dia de dia, sem pernas e sem folgo e sem a prévia noite que adormece o dia e o descansa,
para hoje,
para hoje,
o dia,
ser dia sem noite.
Hoje, ainda não existia luz e já eu corria,
c o r r i a,
c o r r i a
e gritava os pulmões em silêncio, na esperança de esquecer as noites e os dias.
Bom dia:
Bom dia:
Hoje, foi eu que acordei o sol.
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