quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Linhas emprestadas
Existe um sol que queima quem não sonha
e existem sonhos nas janelas distantes.
Lá, não entra o frio,
apenas os sonhos
e as palavras de que são feitos.
Vivemos sem querermos nas letras dos outros,
as nossas.
Reescrevemos,
cortamos,
colamos,
pintamos por cima,
reinventamos o estilo das figuras
e toma-las nossas.
Conjugamos as palavras já conjugadas,
juntamos as peças já juntas,
colamos o que não se partiu
e oferecemos os nossos olhos ao significado.
Depois tememos o significado.
Partimos as peças,
desconjuntamos o estilo
e,
pelos nossos olhos,
voltamos a pintar por cima.
Mas de que importa a crítica,
os comentários ou o sentido?
Porque hão de importar os sonhos roubados
que nos fazem sonhar,
ou porque haveremos de dar voz à não voz?
A verdade dos sonhos está na não compreensão:
Não existem peritos.
Só sonhadores ignorantes de janelas abertas,
conhecedores da única verdade:
Nas linhas,
a felicidade:
lemos e saltamos,
mas nas entrelinhas,
perdemo-nos...
Categorias Imaginárias:
lirismo imaginário
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