Houve um tempo,
que conduzia toda a noite só para estar de manhã,
que oferecia flores
e de tão bom,
era mau.
Em tempos,
houve um tempo de música nova,
de longas manhãs
pelas longas noites anteriores,
de vinho tinto e de carne.
Em tempos,
o tempo era de planos desmesurados e sem medidas,
as esperas eram agonizantes
e, por ser um tempo que se julgava não ter fim,
não se media o infinito.
Em tempos,
houve um tempo de um sol diferente para uma pele despreocupada,
de um insosso mar sem sal,
de voadoras estrelas cadentes
e do estranho bom tempo.
Tempos houve do Genuíno e da dúvida,
do Calor e da indiferença,
do Querer e da simples vontade.
Houve em tempos,
um desejo que começou com um vento que nunca estava longe,
era o tempo em que o vento me falava
e eu contava os dias e as horas,
era um tempo de magnífica ingenuidade,
de línguas revoltas e ignorantes corpos,
eram tempos sem gatos nem ciúmes...
e até eram bons tempos...
mas isso,
eram Outros tempos.