- Não não.
sábado, 31 de dezembro de 2011
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
a cidade de ulisses
Os turistas vão à procura de lugares para fugirem de si próprios, da rotina, do stress, da infelicidade, do tédio, da velhice, da morte. Vêem os lugares onde chegam apenas de relance e não ficam a conhecer nenhum, porque logo os trocam por outros e fogem para mais longe. Os viajantes vão à procura de si, noutros lugares que ficam a conhecer profundamente, porque nenhum esforço lhes parece demasiado e nenhuma passo excessivo, tão grande é o desejo de se encontrarem.
As agências de viagens e os turistas só se interessam, obviamente, pelas cidades reais. Os viajantes preferem as cidades imaginadas. Com sorte, conseguem encontrá-las, ao menos, uma vez na vida.
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plagiarism
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Saudosa inconsciência
Quando cheguei ao hospital, assim que souberam o que tinha, foi a primeira coisa que me proibiram de fazer. Depois desse dia, foram poucos os momentos em que não tive vontade.
Hoje, o dia em que me deram alta, foi a primeira coisa que fiz. Quando volto a pensar em tudo isso, lembro-me só que era muito feliz e relembro-me que é disso que tenho saudades. Talvez por culpa do Gin, cada dia sei menos sobre o porquê, mas que era, sei-o e sinto-o com toda a certeza que só se pode ser, por já ter sido, e isso, nem o Gin consegue apagar...
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excertos de um livro imaginário
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
duas horas e vinte cinco minutos de paraíso
Acordei com ele a avisar-me:
- Já venho, não te atrases !
E deixei-me dormir novamente. É uma manhã de Inverno a acordar-me a um segundo de cada vez, por cada gota de água nunca quente o suficiente para me confortar a manhã. Aqui, o verdadeiro dia só começa quando se abrem as janelas de madeira e se tem frio. Só o gelo em bicos dos pés, a saltitar na tarefa para que seja rápida e fria, pela preguiça de calçar o que foi descalço à presa e à força antes de deitar, me acorda verdadeiramente o sorriso. Este sol quente de madrugada fora da época, fala-me do final de mais um ano.
Uma insónia da minha Mãe assusta-me o frio e relembra-me em forma de agenda as horas futuras. De volta a mim, o meu pequeno almoço é o cheiro quente e o silêncio torrado com manteiga. Enquanto os consumo, à mesma velocidade que os meus olhos sentem o mover de um sol sem brisa, enquanto acordo os pulmões fechados da noite anterior, enfeitiçado pelo chilrear e os ladrares longínquos, passa por mim o meu Irmão, de inchada na mão e tarefas feitas, já desperto há muitas mais horas que as minhas. Aos poucos, a manhã acorda e cala o sol que cala o frio que cala o verde que cala os pássaros que calam os cães que acordam o mundo e me cala a mim e, já com o meu Pai desperto e o carro a acordar, ele finaliza o aviso e diz-me:
- Vamos !
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excertos de um livro imaginário
domingo, 25 de dezembro de 2011
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Down
- A mãe estava a berrar tanto... achas que ficou bem ?
- Não te preocupes. Não penses mais nisso.
- Sabes, acho que estou apaixonado. Ela gosta do (...) não gosta? E gosta mais do que de mim ?
- Gosta de maneira diferente. Mas gosta muito de ti.
- Acho que estou apaixonado.
- Gosta da (...) e gosta de ti. Gosta dos dois muito.
- Acho que estou apaixonado... sabes como é pai ?
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diários imaginários
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
domingo, 4 de dezembro de 2011
Domingo
Apetece-me sentar e escrever como outros, inventar um nome e dirigir um texto. Sabes, gostava de voltar a ser quem fui, só para dizeres que me conheces porque fui quem sempre conheceste. Tenho vontade de ser eterno para alguém, de um corpo de companhia ao meu, para trocar devaneios em silêncio, sorrir no fim, fumar um cigarro e me sentir exausto de bom com tudo isso. Quero sair daqui e tudo num segundo, recomeçar de novo sem saber nada, ter tudo de repente e estar longe, bem longe daqui, com todo o bom sinal que isso implicaria. Quero voltar a África e apaixonar-me, mas por agora, quero só um whisky, velho, muito velho, e seco, e quente e em jejum para matar um nó com outro. "Quero" três vez, já é mais do que o resto das outras fracas acções e se por querer posso, não significa que aconteça... mas quero, e quero muito.
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excertos de um livro imaginário
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Fado
É o que vivemos que nos molda a cara,
o que sonhamos,
que nos faz viver,
o que sentimos,
que nos faz perder,
mas é pelo que desistimos que somos assombrados.
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feelings imaginários,
pensamentos imaginários
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
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